Quais as mentiras que oculto para este vidro?
O que de verdadeiro revelo?
Reflito sobre quem realmente sou,
Ou o que realmente sinto,
Ou o que quero que vejam em minha face,
Ou dissimulo tudo isso por não saber quem realmente sou?
De que serve um sorriso alegre escondendo uma alma dilacerada?
O ar sereno ocultando o coração sangrante
Escorrendo dor, desesperança, medo, cansaço...
Medo de quê?
De que adianta poupar a alma e viver sem emoção?
O reflexo mostrado no espelho à minha frente
Lamento; mas, não conheço.
Não sei de quem se trata,
Não conheço a sua lida, sentimento...
Terei então que me virar pelo avesso e assim
Encontrar alguma pista que desvende o mistério?
Existirá algum mapa escondido ou segredos nunca vistos?
Mas, pensando bem, porque revelar ao espelho
O que só a alma e o coração entendem?
Deixa como está!
Afinal de contas como o espelho poderá contar
O que só o coração tem poder de explicar?