quarta-feira, 30 de julho de 2008

Retrospectiva Futurística

Interessante perceber que as coisas nem sempre são do modo como idealizamos. Nenhuma novidade, eu bem sei, não precisa criticar por isso. Revendo fotografias de 10 anos atrás vejo que muitas coisas foram tomando rumos adversos e outras correram de modo planejado. Há 10 anos disse que nunca faria coisas que hoje me são até habituais (sim estamos passíveis a mudanças de pensamentos, atitudes e comportamentos). Da mesma forma me pego, algumas vezes, livre de hábitos cultivados desde cedo. Estamos em constante mutação e por mais que planejemos algo em nossas vidas percebemos que nem sempre ocorrem do jeito que pensavamos. Isso machuca, às vezes porque sinto que a minha palavra, comigo mesma, muita das vezes, não tem surtido o efeito desejado. No entanto noto um amadurecimento absurdo! Essas mudanças foram boas, surtiram bons efeitos, causaram alguma dor que me guiaram para frente. Afinal, quem nunca sofreu de amor, nunca teve uma dor de dente ou nunca matou uma aula na escola? O bom disso tudo são as experiências conquistadas! Sei que daqui há 10 anos eu, provavelmente, estarei olhando pra esse texto e percebendo que de hoje até 2018 muita coisa vai sair de modo bem diferente de como eu planejei. Isso é bem engraçado. Faço faculdade, mas não tenho certeza se estarei atuando na minha área (estou estudando pra isso!), tenho amigo que hoje considero como eternos e que talvez eu nem saiba mais os números de contato (é ruim pensar isso!), temo mudanças que sei que serão necessárias, vejo um horizonte tão incerto em minha frente e levo em direção a ele tantos pensamentos concretos. Isso é bem estranho! O meu inimigo de hoje talvez nem me incomode mais, o meu amigo de hoje pode ser o inimigo de amanhã, o filho do meu vizinho pode ser namoradinho de uma filha ou sobrinha. Riquezas e segredos guardadas pelo tempo. É ruim esperar ele a sua chegada, mas é tão necessário. As marcas que trago hoje talvez nem mais existam, o orgulho que tenho hoje pode ser a vergonha daqui há uns anos... É tão complicado prever o que acontecerá! Li, certa vez, uma frase de autoria desconhecida que dizia: "Você nasceu sem pedir e vai morrer sem querer saiba aproveitar o intervalo." Que profundo! Lendo a gente percebe que o "intervalo" é responsabilidade nossa. Tenho medo de não estar aproveitando com sabedoria, porém não posso arrepender-me de coisas que fiz com consciência. Não tenho esse direito! Tenho 22 anos e sinto que agora é que posso considerar-me gente. Ainda falta tanto chão, ainda restam tantos passos... Que o tempo dite as regras dessa caminhada, que a mente analise esses passos e que Deus esteja diante de todos eles. Sucesso pra mim e pra você!

terça-feira, 15 de julho de 2008

Faxina na alma

Vasculhando meus armários

Revirando minhas gavetas

Como há teias e mais teias

Que me ligam ao passado

Coisas que nem lembrava que existiam

Sentimentos tão íntimos

Particulares

Lembranças, lembranças



São poeiras de saudade

Sujeiras de ressentimentos

Trapos, velharias


Nem me havia dado conta da tralha que guardava



Sentei calmamente diante das "quinquilharias"

Uma a uma, lentamente, revisei

Percebi que cada uma trazia raízes da a minha vida

Ciente do tempo que me tomaria

Precisava organizar esse arquivo empoeirado

Pus as mágoas em um saco

As alegrias em uma caixinha

Espanei as amizades

Para remover o pó da falta de tempo

E assim revi toda a trajetória

Que me permitiu acumular grande bagagem

Arquivei viagens

Enumerei festas

Protocolei lembraças

Recordei saudades

Depois de muito tempo nessa faxina "introspectiva"
Consegui concluir a arrumação e tomar um novo rumo:
As boas lembranças devem sempre estar bem guardadas.
As más recordações servem como luz para iluminar os caminhos que virão
As experiências...
Essas não adianta querer arquivar, eliminar ou esquecer.
São tatuagens na alma que não se pode esquecer.
Elas conduzem ao caminho da vida: sempre em frente!